Não é de hoje, o chamado centrão do Congresso Nacional tem dado demonstrações claras de sua verdadeira vocação: a de atuar como um bloco de poder que, sob o pretexto de enfraquecer o governo Lula, acaba por ferir diretamente os interesses do povo brasileiro. Com movimentos calculados e articulações que muitas vezes desprezam o debate de mérito, esse agrupamento político vem impondo derrotas ao Executivo em pautas que repercutem muito além da esfera partidária — atingem a vida cotidiana da população.
Com muita falácia e discursos impregnados de ódio, centrão aposta em desgastar o governo federal, mas a fatura não recai sobre o presidente. Ela chega à mesa das famílias brasileiras na forma de retrocessos sociais, bloqueios orçamentários e entraves a políticas públicas essenciais. Ao mirar em Lula, acerta no cidadão comum, especialmente aquele que depende das redes de proteção do Estado para garantir dignidade e oportunidades mínimas a subsistência.
A lógica é simples e cruel: quanto pior para o governo, melhor para a barganha política do centrão. Mas essa equação cobra um preço alto. Programas de saúde, educação, infraestrutura e desenvolvimento regional são postos em risco, não porque faltem recursos ou projetos, mas porque o jogo de poder exige moedas de troca. O interesse coletivo se perde em meio a negociações que priorizam cargos, emendas e privilégios.
Em um país tão desigual como o Brasil, esse tipo de atuação não é apenas uma manobra política: é uma forma de violência institucional contra a sociedade. Ao colocar seus cálculos eleitorais acima das necessidades do povo, o centrão reitera sua face mais conhecida — a de um grupo que não governa, mas manda, e que, em vez de construir soluções, escolhe transformar direitos em mercadoria de balcão.
No fim, o alvo declarado é Lula. O atingido real, porém, é o Brasil.