A maioria de nós resiste, desde criancinha, a inferências que fazem sobre o nosso destino.
Queremos escolher nossos amigos, nosso esporte favorito, nosso time do coração, nosso lazer, nossos gostos pessoais e não aceitamos as imposições externas.
Coisas como “você deveria fazer isso ou aquilo”, nos causa um profundo desconforto e não raro, nos opomos, seja reagindo negativamente ou, simplesmente, dando a essa “orientação” um desprezo.
Diante dessa constatação, nunca entendi como certos grupos se acham no direito, e no dever, de impelir o seu “mundo idealizado” por eles para todos. Onde está escrito que a minha verdade é melhor que a do outro?
Leio um monte de opiniões de gente que não mora em Recife e também, que moram mas não se conformam com as mudanças. A quase totalidade não conhece a realidade das pessoas que moram em São José. Mal conhecem a cidade como turistas, pois só frequentam bons hotéis e restaurantes de luxo e se arvoram a dizer o que é bom.
Todas as opiniões, dos dois lados, desconsideram o que o povo do lugar pensa.
É como se obrigassem todos a usar amarelo, só porque é sua cor favorita. E de forma autoritária dizem: O que estou te propondo é bom para você, porque é bom para mim.
Nunca perguntam "O que você quer"? Perguntam, sim: “Você não acha que ter isso, é bom? ”. Agem de forma a induzir os outros a aceitar aquilo que eles pensam, como se tivessem legitimidade para tanto.
Quem os legitimou? Quem os conduziu até aquela posição de “líderes”? Quem lhes conferiu o poder de responder pelos outros?
Essas indagações sempre me inquietaram, desde o tempo em que fazia política estudantil, na UFPE (e faz muito tempo), quando fazer política, era algo perigoso, principalmente dentro de universidade.
Essa mesma inquietação voltou a baila em toda essa questão sobre o Cais José Estelita.
Algum desses que posam de líderes e donos da verdade já perguntou (SEM INDUZIR A RESPOSTA NA PERGUNTA) o que a comunidade pensa sobre a construção dos prédios naquele lugar? Alguém do Consórcio chegou a fazer o mesmo, para identificar se ali existe a “mão de obra” para os empreendimentos que “irão surgir”? Será que se pensou em qualificar as pessoas do bairro para o nicho de mercado que “vira”?
Eu pessoalmente penso que algum emprego é melhor que emprego algum.
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