quinta-feira, 23 de julho de 2009

O fantasma da crítica


Poucas pessoas conseguem receber críticas no ambiente de trabalho, principalmente quando são feitas em público. Mesmo quando a crítica é apresentada como “construtiva”, ela só terá este efeito se quem foi criticado também entender dessa forma.
Neste artigo, o professor universitário e especialista em Recursos Humanos, Rogério Martins, comenta as dificuldades de receber e fazer críticas, mesmo quando elas são necessárias, e dá sugestões de como fazê-las de modo a serem realmente úteis e não parecerem ataques pessoais.


Elogio é bom e quase todo mundo gosta, mas a crítica...
No mundo corporativo é comum observarmos situações onde as relações são baseadas na crítica e punição.
Estudos do comportamento humano atestam que, desde criança, nossos pais e os adultos com quem convivemos têm papel fundamental para o sucesso de nossas carreiras e ações pessoais. A quantidade de críticas e elogios que recebemos podem ser cruciais para o nosso futuro.

Pesquisas da psicologia revelam que pessoas que foram expostas a ambientes de muita crítica e punição tendem a desenvolver um padrão de comportamento de omissão e submissão.
Sua produtividade geralmente está aquém das novas exigências do mercado. Quando é cobrado por algum resultado se esquiva, dá desculpas ou chora.
Outro padrão de comportamento que pode ser gerado nesse mesmo ambiente é totalmente contrário. A pessoa age de forma agressiva, defensiva e desafiadora. Quando é pressionada tende a agir compulsivamente.
Já aqueles que foram demasiadamente elogiados apresentam características de arrogância e prepotência. Acreditam que o mundo estará sempre aos seus pés. Tratam os outros como súditos. Desprezam as hierarquias e querem o poder a todo custo. Apresentam dificuldades para compreender a dimensão ética das relações.
O equilíbrio entre crítica e elogio na vida pessoal e no mundo corporativo é fundamental para a um bom ambiente familiar e profissional. Algumas empresas estimulam seus funcionários a sessões de feedback programado. Outras, estruturam diversos tipos de avaliações, como: competência, performance, desempenho, participação por objetivos etc. Assim, tem mais chances de apontar claramente os caminhos, cobrar resultados e criar um clima organizacional favorável para as mudanças.
Ao líder cabe o papel principal de estabelecer critérios e aplicar as críticas e elogios. Com isso, garantir o equilíbrio no clima organizacional e o aumento da produtividade.
A crítica, na sua essência, significa exame, apreciação que se faz de uma obra. Portanto, quando
fazemos uma crítica ela deverá ser sobre o conjunto da obra, uma idéia, ações tomadas, fatos e não sobre uma pessoa, o que ocorre exatamente pelo avesso tanto profissional quanto na vida social.
Por isso, a maioria das pessoas tem dificuldade em aceitar uma crítica, pois se sentem ameaçadas, punidas, menosprezadas e até mesmo humilhadas.
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Artigo publicado no portal administradores.com.br. Reprodução autorizada pelo
autor, Dr. Rogério Martins.

Graduado em Psicologia, pós-graduado em Recursos Humanos e Psicodrama,
professor universitário, consultor organizacional, palestrante e sócio-diretor da Persona Consultoria & Eventos.
rogerio.martins@personaconsultoria.com.br
www.personaconsultoria.com.br

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