terça-feira, 4 de junho de 2019

O "jeitinho brasileiro"

É bom estar de volta, depois de um longa clausura. 

Me fechei por ter perdido um pouco de motivação e foco daquilo que me movimenta, instiga e atiça minha curiosidade.

Volto um tanto fora de ritmo, sem o compromisso que tinha no início, de abrir uma conversa por semana.  Hoje, se colocar uma por mês me dou por satisfeito.

Pra (re)começar, trago a pauta algo muito comum entre nós: O jeitinho brasileiro. 

É muito complicado falar de algo tão arraigado na cultura brasileira.


Para Lívia Barbosa, autora de "O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros", o bendito jeitinho brasileiro pode ser "... uma forma "especial" de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida ou uma solução criativa para uma emergência, seja sob a forma de conciliação, esperteza ou habilidade. Portanto, para que uma determinada situação seja considerada jeito, necessita de um acontecimento imprevisto e adverso aos objetivos do individuo...".

O famoso "Jeitinho brasileiro" é visto por muitos como uma  forma muito negativa, pois revela o lado fraco do ser humano, que pode ser identificado como malicioso ou egoísta, de fazer as coisas em benefício próprio e desonesto.

Eu prefiro ver pelo outro lado, como inventividade, criatividade, e por que não, inovação.
O brasileiro sempre esteve a reboque do tempo, do poder econômico e da tecnologia e teve que se tornar criativo para transpor essas barreiras.
Isso fez com que buscasse soluções para os problemas vivenciados com aquilo que estivesse em mãos e que, de forma inusitada, o resolveria.

Por exemplo, usar uma moeda para ajustar a chave de bocas a cabeça do parafuso, ou usar um espaguete de piscina, na lateral do carro, para evitar mossas por batidas de porta (foto)...   Isso é o jeitinho brasileiro.

Muito dos produtos que encontramos hoje no mercado (abraçadeiras plásticas, massa epóxi, velcro...), por suas características para resolver problemas, parecem ter sido criadas por brasileiros, apesar de não.

Então o subornar, pegar uma contramão pra cortar caminho, furar fila... fingir gravidez para ter prioridade, etc. não representa o jeitinho brasileiro.