quinta-feira, 24 de junho de 2010

Uma mãozinha do destino

A Copa do Mundo é um prato cheio pra se falar em ética, principalmente porque a primeira bandeira que entra em campo, antes mesmo das equipes representantes dos paises, é a do Fair-play, que apesar de não haver tradução fiel para o português tem o significado de jogo limpo, honesto e cordial.
Na Copa do Mundo de 1986, no México, Maradona levou a Argentina ao título mundial com um gol de mão. O mundo todo, principalmente os ingleses e nós brasileiros, caiu de pau em cima, já que aquela atitude representava o avesso do ideal desportivo.
Muitos anos depois, nas eliminatórias da Copa 2010, o craque francês, Thierry Henry, ajeitou a bola com a mão e fez o gol que levou a Fraca a classificação. Mais uma vez, todos, inclusive nós brasileiros, alardeamos nossa indignação diante da artimanha utilizada por um jogador de notória categoria, para sair da partida como um herói.
Em ambos os casos a máxima “Os fins justificam os meios” serviu de mote de defesa.
No dia 20/6, tivemos a brilhante apresentação da Seleção Brasileira contra a Costa do Marfim, que terminou com o placar de 3X1 para a seleção do Dunga.
Começa o jogo e, logo nos primeiros minutos, Lúcio bate com força no braço, ainda machucado do atacante adversário, que havia fraturado o cotovelo nos amistosos de preparação, como um claro recado que “não se meta a besta que o pau vai comer”.
Quando a Seleção Canarinha já levava vantagem no placar, Luis Fabiano, “O Fabuloso”, pôs a mão duas vezes na bola, a primeira de forma não intencional, já que se encontrava de olhos fechados. Contudo, a segunda já o fez de maneia intencional para que ela não saísse de seu domínio.
Para ele, foi a tinta que deu realce a “pintura”.
E para nos, será motivo de orgulho ou vergonha ver que um time favorito ao título mundial necessita de recorrer à malandragem para vencer uma seleção sem tradição e de poucos talentos?


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