sábado, 5 de setembro de 2009

Os 7 pecados

Paulo trabalhava no setor administrativo da metalúrgica há quase doze anos. Sempre pontual, mas nos últimos dias se mostrava um tanto estranho. Batia o ponto e não ia para sua sala. Ficava por ali, batendo papo... olhando as pessoas que chegavam. Essa sua nova rotina não durava menos que meia hora.

Naquela semana em especial foi possível encontrá-lo ajoelhado junto ao confessionário da igreja, para se confessar com o padre.
E a conversa foi mais ou menos a seguinte:
Paulo- Padre, eu pequei!
Padre- Mas o que houve, meu filho?
Eu fiquei chateado porque Severino foi escolhido para aquele treinamento e eu era quem deveria ter ido... Daí, eu passei a inventar pros colegas que ele só foi escolhido porque vive bajulando o supervisor.
Padre- Mas meu filho, você sabe que a inveja profissional é algo que atrapalha todo o grupo.
Paulo- Não foi só isso, teve mais coisas. Quando se trata de treinamento eu quero ser o único do setor a fazer. Só assim, sendo o único a conhecer, eu me sinto seguro e poderoso. E só repasso aos colegas o mínimo necessário... Nunca ensino tudo o que sei.
Padre- Paulo, percebo ai dois pecados gravíssimos, a gula e a avareza profissional. Há mais alguma coisa para me contar?
Há sim! Só por vingança, toda vez que ele saia da sala, eu dava sumisso em alguns papeis dele e fazia com que o supervisor fosse junto a mesa dele, com a finalidade de criar a imagem que ele vivia voando e era irresponsável. Isso dificultaria o crescimento dele na organização.
Padre- Mas meu filho, pra que tanta ira? Esse rapaz nunca fez nada contra você... ou fez?
Paulo – É que as tarefas dele estão todas em dia e as minhas não...
Padre - mas por que isso...
Paulo – é que eu aproveito o tempo no trabalho pra fazer uns “bicos” pra fora e isso cansa muito. Ai, eu passo um bom tempo na copa batendo um papinho sobre futebol, a mulher da revista, sabe como é... Ninguém é de ferro!
Padre - Agora você juntou mais dois pecados profissionais a sua listinha, e olha que esses últimos são daqueles cabeludos. A Luxúria profissional, que é querer pegar tudo que é trabalho e a preguiça, que é ficar encostado enquanto os outros fazem o que você deveria fazer...
Paulo – Se eu tivesse feito esse curso, ai eu seria reconhecido pela diretoria e poderia falar com os chefes e passar por cima dessa raça de pé rapados poderia...
Padre – Paulo, Vaidade profissional exagerada pode resultar demissão por justa causa... ponha a mão na consciência, recicle suas idéias e volte as suas atividades.


André Maia.

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